Venus of Kazabäika
Fora
O’, perco-me Toda!
Entro no Teu Dommynio de Sonho
e és a minha Funesta Maravilha.
Espero pelos Teus Anjos nos braços,
Gótticos Embates na minha Ventura,
e entretenho a minha Virtude
com os Tronos da Tua Pureza de Guerreiro.
A minha Mente é Tua Cama.
Aplicas-Te Duro na minha Coroa
e rolas-me nos Ventos do Nada para Bem Longe,
para a Lonjura.
E cá fico.
Perante O Negro do Tempo em que se Tornaram Os Teus Cabelos.
O’, perco-me Toda!
Enfio-me pelos Teus Pedestais Loucos em Fúria!
O’, perco-me Toda!
Vénus Caída
DRAMA ESTÁTICO A DUAS DIMENSÕES
ou
A PARAFERNÁLIA DO DESOSSADO
(pum)
Lanebt.
Quem tem os pós nos medos?
Lanebt.
Quem tem os pós nos medos?
Lanebt.
Fim
Dramaturgia litúrgica com arremesso de matéria
pesada na dilaceração.
Lamento diário a 5 rpm. 1 rpm=380º.r. Dissonância
concreta.
Sala senhorial com metafísica aberrante na
proporção. O encaixe dá-se
pela medula. Óculo transviado.
2º Fim
O homem podre afasta-se pelo meridiano.
A sala abate-se sobre a audiência.
Fim último
Em metamorfose oxidada, surge o pânico!
Lanebt, suspira de alivio!
Venus in Shadow
Mortandade elíptica
Vocês,
os mortos,
os que me rodeiam a pretuberância,
vão rastejar pelos lodos da fé
enquanto espreitam a oportunidade
de anteverem o meu sexo sagrado,
de lhe tocarem com os dedos de
esperma hediondo,
infecundo,
gangrenado.
Vão lamber os cotos pela lamúria
de serem tão toscos na celeridade.
Oh, homens castrados que nada
valem para além de um tiro!
Lamento-me de ser tão bem lapidada
no meio de vós,
animais da formatura
em rebanho.
Amputo-vos a sombra,
decepo-vos o cérebro quase existente,
aniquilo-vos o tempo que já vai sendo demasiado.
Adorarei saber o vosso sangue a escorrer pela calçada do cemitério,
depois do louva a deus que enterra os corpos e os leva
para o precipício de Abdalon.
Eu lá estarei, de pernas abertas e mãos em forma de adeus.
Venus of Kazabäika