Eu tinha chegado há pouco àquela cidade, devido à necessidade de conseguir trabalho, isto depois de uma breve passagem pelas salas escuras e anónimas de uma pequena instituição de ensino superior do interior, quando conheci S. e aquele grupo heterogéneo de amigos no meio do qual eu agora me passeava. Eu era de qualquer forma um estranho, um out-sider naquela cidade, eu, que conhecia o mundo através dos livros que lia, vivendo até então uma vida ascética e inóqua de prazeres modernos. De maneira que toda aquela grandiosidade das formas exercia uma espécie de fascínio sobre mim, apesar de nos primeiros tempos a dificuldade em me adaptar fosse quase penosa e me fizesse ter vontade de fugir, de escapar das pessoas e dos seus tentáculos de amizade. Até que conheci S., durante um episódio assaz singular.