menu Home chevron_right

Musas



Airf'Auga 4

Suicidiária e outros poemas, por Bórgia Ginz

Bórgia Ginz

Escrevo em desalento fortes sonhos castrados por mim Incógnitos de cor verde que me penetram para logo me Despejarem dor e acidez nos cabelos velhos e deslavados Que eu sei serem meus na escuridão do meu ventre só Estou ameno, colhido na turva água do dia findo Finalmente no arcanjo que chora com o gelo Nas suas mãos doidas de espinhos a fremir Ferozes pilares que se encontram adormecidos por baixo dos corpos Dos olhos de jóias perfuradas na noite pobre do meu querer



Airf'Auga 4

Venus of Kazabäika

Bórgia Ginz

O’, perco-me Toda!
Entro no Teu Dommynio de Sonho
e és a minha Funesta Maravilha.
Espero pelos Teus Anjos nos braços,
Gótticos Embates na minha Ventura,
e entretenho a minha Virtude
com os Tronos da Tua Pureza de Guerreiro.



Airf'Auga 4

Contos Normais, por Bórgia Ginz

Bórgia Ginz

Acordei tarde. Abri a portada de madeira da janela do meu quarto e vi como a noite se aproximava: mais alguns minutos e nada mais haveria do que a própria escuridão. Um sono fácil ter-me-ia rapidamente feito tombar por sobre a cama de lençóis desfeitos, mas quis ver até que ponto ainda dominava os meus músculos, e em verdadeiro esforço dirigi-me até à sala e retirei o maço de tabaco do bolso do casaco.



Airf'Auga 2

Água Fria

Juca Pimentel

A mente é por natureza um poço de perversão. A supressão das mais elementares ilusões, que nos vibram golpes de encanto de vigor esplendoroso, significa a estupidificação de tudo o que nos faz ser e estar. Antes estar morto que mal vivo. Os cadáveres não procriam deformações. E a maior enfermidade dos grous da modernidade é serem eles tão somente a sua própria negação.


Airf'Auga 2

Para um golpe de estado

Bórgia Ginz

Temos o sonho entalado no meio dos nossos dentes amarelecidos pelo tempo. Temos toda a nossa intelectualidade metafísica dispersada na imensa miserabilidade do nosso corpo, e com isso sofremos todas as atrocidades que nos fazem arredar passo de toda a “outra” humanidade. O exagero das formas passa por ser hoje em dia uma verdadeira instituição comportamental, toda de beleza feita nas faces frescas dos jovens. Mas, até quando a juventude?, sendo que ela não é um posto vitalício? Não há explicação para a “criancice”. A não ser que a palavra mais correcta seja “sacanice”.


Airf'Auga 2

Sono

Bórgia Ginz

Entrei na morgue no dia mais feliz da minha infância. Os braços esticados, em forma de sono, impeliam-me majestosamente em direcção ao desconhecido por que eu tanto ansiava, em formas estridentes de loucura suave e pacífica. Encontrara pela primeira vez o verme longínquo e latente que me atormentara a consciência durante tantos anos, e a calma dos meus ossos assombrava a quietude do meu andar seguro pleno de convicção. Todas as dores em lençóis brancos sujos de mágoa, que eu visitara no meio do meu sono mais suave, desvaneciam-se agora sob o efeito de cada passo inclinado na escada sempre a subir do corredor que antecedia a porta alta e branca, de ferro lacado, pintalgada aqui e ali de manchas de ferrugem mais velhas do que eu.


Airf'Auga 2

Crónicas dos olhares por cima dos carros

Juca Pimentel

-Oh, vem! Anda para cima de mim! Penetra-me bem fundo! Eu amo-te tanto. Tu nem sabes como eu te amo tanto, meu querido. Desde o primeiro dia, lembras-te? Estavas tu parado no apeadeiro do autocarro. Sorrias para uma criança que dançava à tua frente. E eu, quis logo agarrar esse teu sorriso com os dentes. Eras tão cândido! Oh! Vem para cá! Fura-me! Anda! Tu olhaste para mim e continuaste a sorrir, como se a partir desse momento também eu fosse criança, uma criança bela e despreocupada. Eu logo ali me despedi do mundo para me devotar a ti, meu amor…




Airf'Auga 1

VISÕES, por Zombie

Zombie

Forte como um touro raivoso me transforma…
Garras de ave de rapina me dá…
Loucura e precisão de ourives me fornece…
Os meus olhos
perscrutam ávidamente a paisagem nocturna,
que se desenrola por detrás das sombras fugidias
do comboio atrasado…



Airf'Auga 1

MALDITA LITERATURA, por Zombie

Zombie

Sentado estava num café esperando que as horas passassem rapidamente, objectivo que quanto mais nele pensava mais fustrantemente verificava ser impossível alcançar; conversava com alguns conhecidos acerca da meteorologia e de quais seriam as previsões para os próximos dias… enfim, banalidades!





  • cover play_circle_filled

    01. Molusco
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    02. Lin
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    03. Nomor in red
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    04. Liaison cu
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    05. Nowh er
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    06. Me my friends and the boys
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    07. Lac in fur
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    08. Yass U
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    09. On the side
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    10. Vai levar no cu
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    11. Sleepy Gaga
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    12. Over now
    RTP,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    01. 1
    Les Filles de Pute,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    02. 2
    Les Filles de Pute,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    03. 3
    Les Filles de Pute,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    04. 4
    Les Filles de Pute,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    05. 5
    Les Filles de Pute,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    06. 6
    Les Filles de Pute,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    07. 7
    Les Filles de Pute,Ian Linter

  • cover play_circle_filled

    Morel – ACT9
    ACT9

play_arrow skip_previous skip_next volume_down
playlist_play