CRUZAMENTOS
O BAILE SÔFREGO
Paris, Berlim, Casablanca,
casa branca e o cão.
Um sonho
que se esfuma,
um apocalipse
que se dispersa interiormente e fora.
A mulher de gorro verde
levantou-se e juntou-se ao homem
e cabedal preto.
Havendo sempre aquele frio!
Nada…
pedra preciosa que se perde no vício.
Absorve-se esfomeadamente
nicotina nas mesas distantes…
a ao longe a minha silhueta
reflecte-se
várias vezes.
Cor… anil…
suave lágrima que seca a fonte interior
de Élan.
Ela morre
asfixiada pelo seu peso sagrado.
Entra um velho…
Urna que segue em frente.
Dentro dela…
… o medo!
Chega de Festa!, diz ele.
E pede café com leite.
Lá fora,
no infinito,
milhares de corpos contorcem-se destrambelhadamente
andando.
Escória…
Lixo…
Verme…
Luxo que penaliza
e transcende em for a dele.
É hora… é hora de acabar e de partir,
de nos desvanecermos no papel amarrotado de guardanapo.
RIAS DE OSTRAS DESENGONÇADAS
Algures
num espaço longínquo
existia uma aventura em isolação
e fúria.
Teria se calhar
algumas hipóteses de afirmação.
Talvez…
Por ora sinto-me apenas existência,
não símbolo,
não tela,
apenas sinto ser.
Mas seria uma minha ignorância própria
imaginar o desenlace
realmente enganado com uma mordaça…
For a para a sensação do advir,
esventre-se a questiúncula do pensar pensar,
que terra se esvai em tropel sobre nós,
que luz nos encandeia em fogo e paixão!
Há pouco
um carro ia tendo a mesma sensação que eu,
uma sensação como desequilíbrio psíquico!!!
Eu sinto-me!… Eu sinto-me!…
Façam Festa!
…porque eu sinto-me!!!
produções Ganza:1994