O degredo da penumbra
O degredo da penumbra
Lambo-me todo no degredo da penumbra
que esbelta progride
pelo nunca do sempre.
Olho-me de lado
e vejo-me na morte que mata
e solene me espia
quando mais quero estar só.
Vejo-me ponto negro no negro,
aquele que é não.
Alimento-me nos poros,
do desperdício,
em coma.
A coma
sintética zela
pela minha loucura de pederasta,
bruxa solene,
que zela pela magia
como quem cria o amor.
Juca Pimentel