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Airf'Auga 4

THX, por Sofia Bravo

Sofia Bravo

OSSÂNICO

E se eu fosse a mais bela de todas as mulheres, o mais doce de todos os seres, a mais terna das criaturas, o que faria com tanto? Se não te tivesse a ti para me contemplar! E no entanto… não sou tudo isto, não sou nada disto, mas tu fazes-me sentir como tal. E tenho-te por efémeros momentos em Luas já altas, sendo a despedida sempre tão dolorosa e desajeitada. Parece prenunciar um fim inevitável, quando o que eu quero é apenas existir em ti!
A minha doença é incurável longe de ti, porque a minha cura…és tu!
E procurar-te-ei na impossibilidade, procurar-te-ei na improbabilidade de um para todos os seres humanos à face da Terra! Que vago!… Que vazio! E mesmo neste vazio rebusco-te, vasculho em tudo, e só vejo parecenças contigo. E nesse incessante procurar deparo-me com a infeliz solidão de quem ama… a solidão é sagaz… e descubro que ela esteve sempre aqui no meu peito, e que se instala cada vez que tu estás ausente, ocupando cada vez mais espaço á medida que o tempo passa.
E dói-me na Alma a minha memória!
A recordação das tuas mãos a sufocarem-me de desejo, essas carícias a corromperem com o teu cheiro a minha malvada inocência, esse alecrim e malva que temo tocar porque são o meu veneno. Esse veneno do qual saboreio a maldade de não te ter, de ser, de pertencer…
Este maldito destino, infeliz prisão de vazio que me deixa apenas flutuar nas minhas emoções desmedidas e incoerentes, para assim me deixar exausta de tanto desejar, essas malvas, esses lírios negros em que quase fui tua!

A confusão
reinou outrora
no sonho cheio de Poesia.

Hoje,
o amanhecer é bem mais confuso
e a alvorada tarda em chegar.
As palavras….
são o meu revólver,
e eu dou-lhes lustro cada vez que penso em puxar o gatilho.
O projéctil vai-me ferir,
como toda a incúria dos meus sonhos,
esses sonhos que tanto gozo tenho em medir.
O fim.
A minha única salvação
que reside na ponta desta pequena forma dourada.
Tenho no bolso o poder da vida e da morte,
e farei uso dele… em mim.
Antes,
vou-me descalçar nesta rua cheia de calhaus
e senti-los debaixo dos meus pés
com toda a intensidade que me é possível ,
e esperar que a dor me acalme o juízo,
que não tenho.

Os joelhos e os dedos dos pés também em peregrinação se lhes juntam,
e agora as mãos e o tronco.
Arrasto-os no chão húmido e molhado pela chuva
desta noite Invernal.
Sussurro,
porque não tenho voz para toda a revolta
que é a dor do meu corpo,
que é a Alma já muito
ferida no tormento negro dessa minha revolta,
alma amarga como fel,
envenenada nesta angústia,
sem fim,
sou eu
própria,
que se aquece nela
como quem se enrola num véu negro de Igreja
e o usa contra tudo o que é exterior.
É este o legado do meu descontentamento.
Este é o legado da minha dor.

As palavras são o revólver,
a que dou lustro,
enquanto penso em puxar o gatilho.

És um jardim fechado
Abandonado ao vento.
Sento-me num qualquer dos teus bancos,
E não, não ficarei sentada
Caminharei antes, por entre as tuas árvores.
Olho as nuvens apressadas
Que logo se perdem nas folhagem das árvores
Que me cercam, e o vento que as agita
agita também um rodopio de folhas
Vermelhas, caídas no chão
Elevando-as até á minha altura
Numa espiral sonora, própria das folhas de Outono
Rodopiam à minha roda,
elevando-as e esmorecendo na canção do vento frio de Outono
O riacho corre sorrateiro
Por debaixo da ponte de madeira
Salteando as pedrinhas,
num sapateado alegre e distraído

Molhando gentilmente as raízes que repousam como
Mãos cheias de longos dedos na beira do riacho
Nas margens, o verde do musgo é tão alegre
Que dá vontade de gritar com ele
Toda a sua cor sublime de vida
E caminharei com os pássaros
A contarem-me histórias fúteis
A contradizerem-se numa estridente algazarra
Por entre este jardim fechado
Habitado pelo vento,
O vento sopra e espalha no infinito
O aroma silvestre dos deliciosos frutos
Que colho e saboreio como vinho
Em bebedeiras de vida.

Anjo perdido,
procura uma sombra
anda fugido,
algo que o esconda
de rosto triste
este sol que queima
alma dorida desta realidade que teima
desta vida sofrida
que arrogante surge
perturba as Crianças
e o seu tempo que urge
sacode-lhes a esperança
e deixa que a mente lhes turve
sem pensamentos nem Alma
eis o Diabo que surge.

Vida impossível
em todas as suas sinuosas farsas
as minhas lembranças atraiçoam o destino
que em caprichos é insuportável
Esta aguarela viva
que se pinta de caprichos
da mão de um louco qualquer
tela velha cheia de rugas
imperfeições da loucura
que atormenta cada instante meu
da minha vida esborratada
cheia de erros
cheia do nada
tu escreves em folhas novas
e pintas em novas telas
aquilo que haveria de ser
o meu Mundo
cheio de rosas
mas eu sou Violeta
e as violetas
morrem á chuva.
As tuas lágrimas
ferem, de uma forma atroz
molham-me de angústia
neste vazio…
na tua ausência.
E quem chora sou eu
e de angústia estou encharcada.

Letras Douradas

Letras douradas em pergaminho Violeta
Caras pintadas num teatro maneta
Portas Altas De fronte de um Altar
Negros hábitos encolhidos a chorar
Torre mística da Igreja Matriz
É lívido o sorriso que me diz:
-É por ali que tens de ir…
Não creio que seja feliz.

(Estática, tento esconder a minha voz)

Sou um ser híbrido que se molha
Com a dor de um ser feroz
E mata sem pudor o sentimento
Num agreste vento de Tarot maior
E que de repente
Sente algo que a perturba
E sou eu própria a sentir-me só
Adormecida num vale de Lágrimas
A chorar o belo a detiorar-se
A magia perdida
O encanto disperso
Na solidão que ninguém sente

Um sopro veloz de angústia
Dissipa o Amor verdadeiro e cristalino
Como as pedras preciosas desfeitas em pó
Ou as penas de pavão que já não voam
Que são cortadas para belos efeitos de velório
A sete palmos da terra do cheiro intenso
Da água putrefacta dos cemitérios

É só…
Está só…
Ainda não se libertou da cruz do calvário
Que é a da perda
Que é o corpo sem vida
Que jaz inanimado e sem amor
Como uma rosa vermelha
Que morre sozinha
Sem ninguém a contemplar a sua doce ternura
Sons de sublime perícia serpenteiam no sentimento fúnebre…
Vozes em lamúrias docemente sentidas de angústia perturbadora
E que gritam em uníssono represálias de uma sinfonia ardente
Falam de ódio porque não lhes é permitido Amar
Anjos de espadas procuram o ultriz
Oferecem recompensas a quem lhas vingar
Na lua brilhante de prata
Centelhas velozes de medo
Torturam e mutilam o Amor
Desse ser híbrido a quem não é permitido Amar
Poderei eu ofertar-lhe as memórias que me perturbam?
Poderei eu esquecê-las?

A Árvore do Poeta

Esse poeta,
feito de retalhos,
com a fisionomia
marcada pelos defeitos e virtudes
das paixões e angústias.
A face expressiva,
entalhe de vivências.
As várias faces.
A alma de cinza
ou verde de sempre criança,
na busca da inocência
ou sabedoria
do sonho sempre em azul.

As jarras onde crescem caules contêm a essência da poesia.

Dos caules
pendem folhas escritas
que voam ao vento
e voam muitas vezes
sem que ninguém as leia ou contemple
e passa o tempo
e elas caiem
como as vivências que mudam
e acabam no chão fértil do pensamento,
alimentando essa mesma essência
de alma
de poeta
neste ciclo.
Dor.
Sangue.
Representando assim o Amor.
Essas raízes bem presas ao chão
do Mundo terreno,
das paixões,
nesse amor de pássaros e vento
em voo livre,
de rochas que
estão sempre lá na sua velhice antiga,
com os minerais a serem a essência da terra
sempre mutável para nós,
que tentamos diluir nos elementos
do pensamento
tornando-os pó,
que se molda
de acordo com a vida,
e que eu quero diluir,
transformar,
ser.

Da’ Wah

  1. O Apelo Interior

Sinto-te…
no correr do meu sangue.

No desejo ofegante das lembranças quentes…
nas vozes, nos cultos sagrados.
És impregnado de fantasia,
tenho-te condensado,
no formol dos meus sentidos
em todas as minhas moléculas,
o teu ventre quente…

Todos os meus sentidos apurados, para te sentir melhor.

-Ahhhhhh!………

In
Já nada… do que foi real, o voltará a ser!
Ficará para sempre
nas catacumbas carnazes
do que jamais será…

Teri
Derrama encanto,
mesmo em terras outrora adormecidas
Despertando um extinto sentido…

-Ahhhhhh!…

Or
Abismo
Império perdido
Sétima dimensão
talvez entre a vida e a morte
e digo-te…
Esses teus lábios…
me beijarão!
O teu corpo…
se dará ao meu!
Num tal impulso de terror,
que perder-se-á no espaço,
nessa sétima dimensão!

Resgato-te
pela ponta dos dedos.

I…

II…

III…

Rasgo e…

Chão!

Espuma, convulsão
Dilação, conquista
Grita, geme, fala,
caminha, anda, trás
Vem…Vem…Vem…
Onde!
Tardo na colina…
no vale que desconheço
na fonte perdida
Q ninguém viu
Nasceu ontem
Com a chuva de Inverno
Pura… escorre…
Dissipa
bosques molhados
Água, terra….
Barro…. Argila….
Tranquila da sua existência perdida
Passiva, crua, fria…
Existência ocasional
Capricho…compromisso

Meio de mim
se afoga em ti
à deriva, esconjurada
entranhada,
estreita
Quer endireitar-se
Assim…
Lunática obsessão, Rigoroso….
Vórtice, luping
No memorial dos sentidos
Infindável saliente
proeminente no passado
Impossível ser uma previsão futura
são os sonhos que me lembro
de não esquecer
são tudo o que tenho
no futuro
que não é meu.

Ainda…

Eu sei… aquilo quero é apenas o que quero, o meu desejo deste momento é completamente irreal. É precisamente esse o fascínio do desejo, ou não fosse eu o que sou, e deixaria de desejar o impossível.
O irreal é idealizado por mim até ao pormenor, para que o desejo seja aquilo que quero.
A vida subtilmente adoçada com o irreal.
Algo que muito desejo, tem as qualidades de um ser prefeito, que me parece só em mim existir, porque a perfeição não é universal.
O perfeito não se materializa!

Longínquo sentimento de razão que me traria algum alento sem sinceras esperanças busco uma coisa invisível, sempre ao longe.
Tenho nas mãos os cardeais de um tesouro, que não se situa neste planeta!
O Amor é um Beco sorvedor dos meus mais secretos lamentos, geometricamente medidos a partir de cardeais inconcretos, na dualidade de existências.
São espectros do sentir de fera mansa, que se quer equilibrar nas diagonais do destino, e aos tropeções perde-se em becos sem saída, No Exit.
Sou equilibrista nato que bamboleia na corda laça da razão, infinita teia crua da tristeza que se constrói na Alma, abafando-me assim o pudor, enlaçando-me com gestos mansos, deixando-me fraca com tanta ternura, vulnerável nas mãos de um predador.
Eu… estrambótico ser alado de sentimentos cruéis…
És a Obra-prima da minha loucura frenética em desespero melancólico.

E não te mereço nem por um só devaneio.
Sinto-te como um… mero frio, que me tacteia a espinha… dissipando-se em suaves delicias, ornada de magistrais prazeres, fulcro total, és tudo!
Eu, esqueleto trémulo, ténue, de memórias em vórtice, fragmenta-se em tremor no epicentro poeirento da tua memória. Espiral incontornável de sensações efémeras, ansiedade…
Enrolam-se por mim acima, com braços, nádegas, coxas, as mãos nas minhas, estas que desejam esculpir o torpe barro dos sentidos, levando-o depois para a ressurreição. Mas, para ti sou apenas a expressão de um maneirismo feito á toa, inobservante!

Lorelei

Obra-Prima da minha loucura frenética,
fluir de desejos melancólicos!
Ternura…
Lívido ornamento dos sentidos,
quer-me persuadir!
Nua…
Pérola Epiteal reflectida no espelho,
loucura inquietante!
Ossos…
Esqueleto trémulo, ténue de memórias,
cambaleia por entre destroços!
Morta…
Inspira as carícias fugazes
desse corpo que te quer possuir
na ternura do predador.
Ele é teu… Agora!
Tumba…
No turbilhão da confusa
dualidade das existências.
Penumbra…
Negro.

Albina e Cega
Morta e Des’Almada
Náufraga
Suspiro…
alívio que reconhece a esperança.
O sopro…
É o Vento dos Homens.
Estou enleada no lodo.
Mas talvez a superfície me encandeie.

Tenho a meus pés, os alicerces de uma grande obra.
Tenho a Alma em construção.

A ruína é majestosa, requer cuidados.
A construção… Perícia.
O mestre será virtuoso.
O propheta, cego.
O Deus, absorto.
O Rei, Imperador.

Já que a confusão reina, pondo e dispondo aos olhos da minha impotência, não é altura para provar nada a ninguém. Não há nada a provar! As provas ficaram para trás, assim como as escolhas acertadas; ficaram silenciadas nos presentes que já tiveram lugar. E lá ficaram!…
A vida é um movimento incessante, e quando acelera rumo ao nada, a vaga é tempestuosa, forte, incontornável , toma-la à força! E a nossa desgraça… A fadiga silencia-nos. Deixo-me então ir para um Futuro que ainda poderá ser claro, e descobrir a direcção a tomar.

Autómato andrógino fatigado.

Toda a permanência torna-nos estáticos. Somos todos iguais em qualquer estaticidade. Não nos desembaraçamos do cordel sempre esticado da virtude. Não nos desenlaçamos desse cordel demasiado esticado que nos começa a marcar os tendões, começando assim a falta de força. Largo a meada e tudo se desenrola… Rasgo por força o cordão umbilical e toda a pele que reveste o coração. Rasgo… pela força da mudança.
A mudança!…
O Novo… Paladar, Olfacto, Presenças…Vasculho e Rebusco na cumplicidade o que desconheço, e encontro coisas que quero só para mim. E nado fundo, nesse Futuro que ainda há-de ser menos turvo.
Vaga fria…
Fria de desconsolo…
Desalento.
Lancinante…

Cássio

Dormente!
Feto vacilante no recôndito útero do Mundo.
Dormente!
Estático
Vacila e cresce numa redoma,
agita-se no seu interior.
Vacilante
Útero estático,
Em constante movimento,
cresce numa redoma de inquietude,
esbraceja de braços cruzados,
apertados de encontro ao peito.
Perímetro cefálico,
córtex condicionado ao Rei dos sentidos:
A Visão…
Enquanto ela domina,
todo o Mundo permanece encandeado na sua própria beleza.
A mente dormente,
encandeada em estímulos passionais.

Sente a proximidade do vácuo.
Um infinito impalpável,
longínquo…
Dominante!
Os sentidos são limitados
pelo perímetro da percepção, imediata!
Isolação.
Talvez nos abstraia do exterior.
Talvez torne possível a absorção do real.
-Não há progresso sem acção!
Sem interacção com o Exterior!
-Fecha os olhos!…
Percebe o porquê da nossa impotência!
Isola-te.
De qualquer comodidade
ou de outra existência paralela à tua.
No vazio…
Perpetua a procura de algo,
não sabendo exactamente o que é.
Nada me satisfaz.
…sinto-me completamente anestesiada.
-Que loucura tão contida!…
Loucura Lúgubre
dos meus sentidos mais rebuscados.
Tudo me parece tão pequeno,
quase tudo deixa de existir,
nada se materializa em desejo,
é tudo vago…
Amplo…
sem intensidade.
-O que se passará comigo?
Será que a ciência explica?
… A metamorfose do espírito insatisfeito,
em abstracção completa?

Desmaio em mim!
O Outro eu…
que ainda se mexe,
cutuca com uma Vara
Num Corpo…
caído no espaço vazio.
Só…
É-me difícil viver com ela,
essa companheira insalubre,
completamente insalubre
para os meus sentidos
bem apurados na loucura sentimental.
Dentro da minha Redoma,
estou fisicamente condicionada,
os sentidos parecem perder as
estribeiras!
– A qualquer Momento…

THX

Na carne fria
Molhada das minhas memórias
Com os olhos dormentes
De tanto sangrar a Alma
Só queria poder arrancar de mim
Toda a minha angústia
Não me desiludir quando Amar
Dormir contigo
Ao invés das memórias
Sorrir contigo
E sentir o riso
No meu corpo todo
Ouvir as histórias
Sem ti…
O Mundo parace não ter Ar
Não ter cheiro
Não ter cor

Estou doente
Demente de ti

– O meu corpo decompõe-se, na loucura desenfreada desta fuga ao Ódio que está em todo o lado, que me persegue, que fala dentro de mim, e fujo de mim, fujo de tudo, desse ódio que existe em mim…
Quer levar-me à loucura. É um velho frio e nojento; ama-me com tal desleixo, que me entalou no ventre a mortandade que ele idealiza em mim. Como arrancar de mim a pureza amável do monstruoso ódio que me possui…
– Mata-o.





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    01. Molusco
    RTP,Ian Linter

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    02. Lin
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    03. Nomor in red
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    04. Liaison cu
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    05. Nowh er
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    06. Me my friends and the boys
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    07. Lac in fur
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    08. Yass U
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    09. On the side
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    10. Vai levar no cu
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    11. Sleepy Gaga
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    12. Over now
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    01. 1
    Les Filles de Pute,Ian Linter

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    Morel – ACT9
    ACT9

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